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Quando a sustentabilidade deixa de ser conceito e vira imagem mental

  • Foto do escritor: Amanda Braga
    Amanda Braga
  • 25 de jun.
  • 2 min de leitura

Se alguém me dissesse que a estrutura vegetativa de um fungo poderia me lembrar por que escolhi arquitetura, eu provavelmente franziria as sobrancelhas, desconfiando. Mas foi exatamente isso que aconteceu.


Há pouco tempo que assisti a um vídeo no canal da UGREEN, no YouTube, que trouxe, em pouco mais de 10 minutos, uma listagem de inovações arquitetônicas sustentáveis que parecem saídas de um futuro imaginado, mas que já estão entre nós.


De plásticos reciclados que viram tijolos sete vezes mais resistentes que o concreto, a impressões em 3D feitas com argila local, tudo ali me prendeu. Mas um material específico me capturou de um jeito diferente: o micélio.


Tijolo de micélio com cogumelos crescendo sobre ele, ilustrando a natureza viva e biodegradável do material.
Foto: divulgação/Inhabitat

A primeira vez que ouvi falar dele não foi agora. Foi no documentário O Futuro, na Netflix, num episódio dedicado à sustentabilidade na construção civil. Ali, o micélio apareceu como coadjuvante: interessante, curioso, quase experimental.


Mas no vídeo da UGREEN ele apareceu numa proporção maior. Um organismo vivo, cultivado a partir da estrutura vegetativa de um fungo, capaz de capturar CO2, crescer moldado em formas específicas e se biodegradar naturalmente depois do uso.


E mais: resistente o suficiente para substituir materiais sintéticos, versátil ao ponto de virar painel acústico, embalagem ou estrutura temporária.


Tijolo de micélio utilizado na construção da primeira estrutura do mundo feita com esse material pela MycoHab, mostrando sua textura e formato sustentável.
MycoHab construiu a primeira estrutura do mundo feita com tijolos à base de micélio. | StyloUrbano

Um material que vive, respira e transforma.


Fiquei ali, refletindo e com uma pergunta atravessada: por que a gente ainda constrói tão distante da terra, se ela mesma nos oferece soluções tão brilhantes?


A arquitetura sempre me encantou como função e estética. Mas ver soluções como o micélio, o concreto com grafeno, o cânhamo comprimido, reforça em mim o fato de que ela também é responsabilidade, escolha e futuro.


Não é só sobre formas ou funcionalidade. É sobre o que deixamos, o que ocupamos, o que devolvemos.


Terminei o vídeo com aquela sensação boa de quando algo desperta mais do que curiosidade: desperta um movimento interno. Um encantamento quase infantil, misturado a uma consciência bem adulta. Como se houvesse um convite sussurrado ali: "preste atenção, isso é o começo de algo".


Talvez seja o começo de uma nova forma de pensar projeto. Ou talvez seja só mais uma sementinha plantada por quem anda com o olhar aberto.



Se quiser ver esse vídeo também, deixei logo aqui abaixo.

Quem sabe ele também não planta alguma coisa em você?



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