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Refúgio à beira-mar: como meu primeiro semestre na arquitetura virou um mergulho no mundo real

  • Foto do escritor: Amanda Braga
    Amanda Braga
  • 10 de jun.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de jun.

Comecei minha graduação agora, em 2025.1. Estava pronta para estudar muito, rabiscar cadernos, aprender teoria, talvez fazer uma ou outra maquete de papel. O que eu não esperava era, na primeira oportunidade, gerenciar um projeto arquitetônico com briefing real, cliente simulado, prazos apertados, equipe multidisciplinar e entregas técnicas.


E isso tudo aconteceu sem nem completar quatro meses de faculdade.


Foi dentro do Trainee da Praxis Empresa Jr. que tudo mudou de escala. E essa história começa aqui.



Uma vivência que ninguém espera tão cedo


A Praxis é a Empresa Júnior da UNIFACS, formada por alunos dos cursos de Arquitetura, TI e Engenharias. Lá, os estudantes participam de projetos reais com clientes reais, prazos reais e responsabilidades de verdade.


Mas pra chegar lá, existe um caminho: o processo do trainee. Um mergulho intenso em capacitações, mentoria, dinâmicas e desafios práticos.


E é nesse processo que acontece o Projeto Final. Uma simulação que replica com fidelidade a rotina da Praxis e que foi, pra mim, uma virada de chave.



O desafio: projetar um conjunto de bangalôs no litoral da Bahia


Na última semana, eu e mais três colegas do núcleo de Arquitetura recebemos o briefing de um cliente fictício, mas baseado em um caso real, que desejava transformar um terreno de 30x30m, no litoral sul de Ilhéus, na Bahia - Brasil, em um conjunto de bangalôs de temporada.


Renderização realista do projeto arquitetônico dos bangalôs, criada com suporte de IA para simular texturas, iluminação e ambientação.

Esta imagem acima foi produzida a partir de uma maquete 3D desenvolvida no Revit, com o apoio de inteligência artificial para simular texturas, iluminação e ambientação. Embora a IA tenha alterado alguns elementos em relação ao projeto original, a renderização foi utilizada como recurso visual complementar para representar de forma mais realista a atmosfera e os materiais previstos.


A proposta era criar um refúgio confortável, acessível, charmoso e estrategicamente rentável, respeitando a estética boho-praiana, o clima tropical, e diferentes perfis de hóspedes.


Tínhamos que definir tudo: número de unidades, tipologias dos bangalôes, espaços comuns, soluções sustentáveis, layout do terreno... Tudo mesmo.


E mais: todas as entregas técnicas exigidas em um projeto de verdade.



Meu papel? Gerente de Arquitetura. E também projetista.


Sim, fui uma das quatro pessoas do núcleo de Arquitetura. Mas também fui a gerente. Isso significa que, além de projetar, eu:


• Organizei a equipe e distribuí funções

• Marquei e conduzi reuniões com cliente e orientadores

• Supervisei cada entrega e cada detalhe técnico

• Gerenciei o projeto inteiro na plataforma Pipefy


Imagem da interface do Pipefy com o fluxo de tarefas e etapas do projeto arquitetônico, gerenciado pela autora.

Tudo isso enquanto aprendia (e aplicava na prática) ferramentas que até então eu só ouvia falar, como o Revit, que se tornou meu melhor amigo ao longo do processo.



Revit, plantas, plotagens e descobertas


Foi com o Revit que projetamos plantas de layout, localização, cobertura, paginação de piso, cortes transversais, fachadas e maquete 3D.


Captura de tela do software Revit com modelagem 3D em andamento, utilizada para desenvolver a maquete digital do projeto.

Também aprendi a inserir carimbos técnicos, configurar plotagens completas, e produzi minhas primeiras plantas de pontos elétricos e hidrossanitários (no AutoCAD) durante as capacitações para o trainee. Tudo feito com intenção, com cuidado e com propósito.


Cada entrega era uma nova descoberta. Cada troca com a equipe, uma lição. E cada noite virada trabalhando, uma confirmação de que eu amo estar nesse caminho.

Ilustração técnica das fachadas dos bangalôs, com elementos como esquadrias, revestimentos e composição volumétrica.
Desenhos técnicos em corte transversal dos bangalôs, revelando estrutura, distribuição dos ambientes e alturas dos pavimentos.

O projeto? Um refúgio que eu teria orgulho de hospedar qualquer pessoa


Projetamos um espaço com bangalôs em dois pavimentos, o térreo com 1 quarto, e o superior com 2 e suíte, todos com varandas, sofás-cama, ventilação cruzada, ar-condicionado, espaços integrados e muito vidro para deixar a luz entrar.

Plantas ilustradas dos interiores dos bangalôs, mostrando a disposição dos móveis, divisão dos espaços e circulação em ambos os pavimentos.

À frente deles, uma área comum com piscina, espaço gourmet, lavanderia compartilhada e estacionamento, tudo pensado para criar uma experiência acolhedora, estratégica e memorável.

Vista frontal em 3D dos bangalôs projetados para o litoral da Bahia, destacando fachadas, materiais e composição arquitetônica do conjunto.
Vista de fundo em 3D dos bangalôs, mostrando detalhes de ambientação externa, área comum e integração com o terreno.
Planta de localização mostrando a organização do conjunto de bangalôs, áreas comuns, circulação e espaços verdes dentro do terreno.

Integramos também placas solares, sistema de captação de água da chuva (descrita no memorial), e soluções que equilibram sustentabilidade e viabilidade financeira. Tudo isso com uma estética pensada em detalhes, tons terrosos, madeira, vidro e verde-claro que abraça.



E o que fica depois de tudo isso?


Fica a certeza de que aprendi mais em duas semanas do que imaginei que viveria em um ano.


Fica o orgulho de ter entregue um projeto arquitetônico, mesmo no início da graduação. Fica a gratidão por ter tido uma equipe que construiu tudo isso junto comigo, trocando, criando, refazendo, decidindo. Fica a sensação de que não existe momento certo para começar, existe oportunidade certa e vontade de fazer acontecer.


E eu fiz.


Esse foi meu primeiro projeto. Mas, definitivamente, não será o último.



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